sexta-feira, 7 de abril de 2017

Ponte Rio-Niterói

É quando o espaço entra em suspensão, em plena ponte, que ainda não é tão Rio nem é mais Niterói, que percebo o tempo entrando em conflito. Me disseram que existe um tempo pessoal, que não é o próprio tempo, mas que é o tempo que a gente conta ou que conta pra gente. No meio da Rio-Niterói, no meu não-lugar na janela de um fresquinho com a passagem já mais cara que há três meses, me debato em busca desse tempo. Que tempo se não fiz nenhuma história? Sinto o corpo todo comprimir na medida em que constato que, em Niterói, ainda nem sou. A cidade é o tempo da expectativa, da espera, não, da esperança. Daqui da ponte, olho pro presente e desejo que seja presente-futuro no menor tempo possível, no tempo do miojo da Estela. Daqui da ponte, sou também meu passado suado e ansioso, nesse mesmo não-lugar, me perguntando “e se rolar”. Agora que rolou, o resultado ficou no passado e o presente é algo que só se concretiza em quatro anos. Quatro anos!

Daqui da ponte, penso no que faço com o presente-presente até chegar no presente que conta, o dos quatro anos depois. A sensação é de que, agora, nem existo. Até agora, li só sete páginas da biblioteca que espero ter lido quando existir. No presente, não tem livro publicado, nem pé encostando na barra; o presente é só o corpo desaparecendo entre os assentos do ônibus, sem ninguém perceber, na travessia da Rio-Niterói.

No presente, procuro uma definição pra esse tempo, que é um lugar, e que ainda é só possibilidade. Penso que seria legal escrever uma coisa bonita comparando Niterói com uma carne marinada. A carne marinada que vou servir pra alguém, em algum lugar, depois que aprender a cozinhar. O tempo pessoal, agora me parece claro, é mesmo esse de espera. O futuro espera pelo presente, eternamente atrasado. O presente espera pelo futuro em que finalmente serei o que sempre quis ser. Espero.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Alguém que me entende

Cheguei em casa bêbada. Com a sensação de que algo faltava. Sempre falta, eu sei. Mas dessa vez, faltava mais.


Checo o celular em busca de respostas e só encontro novas possibilidades de aventura. Boa noite, querido. Envio às 4h da manhã, esperando que ele encontre uma notificação minha ao acordar.

Isso não me basta. Não, não é ele. Continuo a fuçar. Fico surpresa quando verifico que tem uma nova mensagem do Pedro no Facebook, que chegou há três horas. (Há quanto tempo não falamos?) Na mensagem, ele diz que sou linda.

Não sei do que ele fala, mas me sinto grata. Mal sabe ele que se passaram quatro anos e ainda lembro de quase todas as conversas. Mal sabe ele que repeti a história do dia em que nos conhecemos hoje. Talvez seja a melhor história sobre encontros arranjados que você já ouviu. Mas fica para outra hora.

 Eu nunca deixo de amar  falo, em alguma altura daquela noite, para uma menina que me encara perto demais.
 Eu te entendo  ela diz cada vez mais perto. E eu começo a me perguntar se digo a verdade ou se só digo para assustá-la e afastá-la de mim como tenho afastado outros. Ela me diz que é de Libra. Eu digo, no automático, que nós combinamos.

Em casa, a mensagem do Pedro me faz sorrir no quarto iluminado apenas pela tela do celular. A mensagem me diz que eu amo e vou continuar amando. Amo para frente? Amo para trás?

 Cê tá solteiro?  sussurro no ouvido de um cara que passa ao meu lado antes de abraçar a libriana que me entende.

 Hoje não posso  despisto outro cara ao passar.

Sento na calçada do bar esperando pela minha carona. Um dia eu vou ser a bêbada chorona, sei disso. E, hoje, sinto que estou muito perto disso. Não tô bem. Aviso um amigo. Tô sofrendo. Eu me precipitei, sabe, achei que ele era a resposta para todas as minhas frustrações. Não percebi que não era isso. Sempre foi amizade, mas eu projetei nele o que eu queria, desabafo e reparo em seu olhar distante e embriagado. Melhor assim.

  O que você queria?  ele me pergunta depois de um tempo em silêncio.
 Alguém que me entendesse  respondo, olhando para o chão.

Quando crio coragem para encará-la, vejo seus olhos faiscantes.

 Eu te entendo ela responde passando a mão na minha perna.
 Acho que vou dormir  me espreguiço no banco do carro.


Quando dou por mim, estou deitada na cama. Tem uma mensagem não lida no Facebook. Mas alguma coisa falta.


Jenny Yu

domingo, 10 de abril de 2016

Gatinho, gatinho

Parte I


Nossos olhos se cruzaram por breves segundos antes que eu desviasse. Acho que nem o percebi direito. Mas dentro de mim, algo do inconsciente, deve ter providenciado aquele desvio de rota para que eu não pensasse em ousar realmente olhar em seus olhos, ou pior, sentir vontade de levá-lo comigo. Ele não era um gato insistente. Quando finalmente liguei a imagem dos olhos amarelos com o todo, o homem, o gato, e me voltei para olhá-lo, continuava calado, volta e meia dava uns passos em minha direção, parava, e me lançava mais um olhar inexpressivo.

Perguntei para o garçom se a mesa da calçada estava desocupada. Lugar para dois, por favor. Sentei, ele sentou ao meu lado. Pedimos cervejas para começar. Contei que não sabia beber aos poucos e fui enxugando o meu copo. Ele, de boquinha minúscula e bigode farto, sorria, me lançava olhares e ia bebericando no seu próprio copo. Ficamos bêbados. Parei de beber logo, pois bebia rápido. Mas ele, lentamente, ia enchendo a nossa mesa de garrafas vazias de Original. Volta e meia se distanciava um pouco da mesa e ia andando silencioso para mais perto da rua, onde fumava um cigarro, olhando para a frente, com sua seriedade de gato.

Perguntei se queria ir embora comigo. Disse que sim enquanto me lançava mais um olhar felino. Fomos direto para a cama. Disse onde ele poderia ficar sem correr o risco de ser esmagado e garanti que podia pegar um pouco da minha coberta. Desmaiei de sono, pouco após senti-lo se aproximando, colando a cabeça peluda em meus cabelos e se aninhando junto a mim.

De manhã, mal abro os olhos e já sei que seu corpo quente está desperto. Sinto uma pressão contra a minha bunda. Solto um gemido para avisar que acordei. Ele cheira e acaricia as minhas costas. Em pouco tempo, está por cima de mim. Silencioso e quase inexpressivo. Vem passeando com as patas pelo meu corpo e pela cama até se posicionar de forma que sua cabeça ficasse exatamente acima da minha. Me lança o olhar amarelo. Me dá beijos com sua boquinha. Às vezes tenho que parar para afastar o bigode, mas continuamos. Tudo é silencioso e lento nessa relação. Por vezes, eu estranho, mas logo sou invadida por uma sensação de conforto e aconchego. Começamos a transar e me pego pensando que não era assim que eu imaginava um gato fodendo. Nas aulas do curso de veterinária, falávamos de pênis com espinhos e gatos que seguravam suas fêmeas pelo pescoço para evitar que escapassem. Ele não procura essa posição e também não mostra as presas. Dá miadinhos quando está achando mais gostoso e parece todo dengoso.

Depois, descansamos. Ainda na cama. Ainda cheios de preguiça, feito gatos. Comento que achava que ele devia morder meu pescoço, que era uma prática obrigatória dos gatos. Ele ri. Falo do pênis também. Digo que não senti os espinhos. Não são espinhos mesmo, ele explica, o pessoal dos livros exagera. Levantamos e começamos nosso dia lentamente. Saio andando pela casa, sem saber bem o que fazer, como em todos os domingos. A diferença deste é que ele me acompanha. Sai andando atrás de mim, satisfeito e animado. Tudo na casa é novidade para ele. Brinca ao redor dos meus pés enquanto lavo a louça e cozinho algo. Deita no sofá, me esperando para assistir TV. Me junto a ele, que fica me esquentando no sofá, esfregando a cabeça em mim e pedindo carinho eventualmente. Às vezes, começa a pedir carinho com mais insistência e a me lançar aquele olhar indiscreto novamente. Então eu o expulso do sofá e ele sai se espreguiçando e rindo, dizendo que vai na lavanderia vigiar os penduricalhos dos vizinhos e fumar um cigarro. Ou, outras vezes, deixo que venha me dar uns beijinhos e acabamos, silenciosos, indo deitar em outro lugar.

Tento fingir que sou gata. E ele assume o papel de homem. Tento ser felina e ele se delicia, achando graça. Você é muito coelha, ele gosta de lembrar. Eu protesto. Coelho não faz barulho. Ele goza e ronrona.

Parte II


Meus olhos passeiam pelas janelas dos vizinhos, mas voltam ansiosos para vê-la na cozinha, lavando a louça da véspera e cozinhando. Seus movimentos em frente à pia, o barulho da água jorrando e o cheiro da comida convidam meus sentidos a passearem por aquele pequeno cômodo. Encostado na janela enquanto espero o cigarro se consumir, olho para sua bunda, a parte dela que a camiseta deixa revelar. Sempre achei sedutora esta combinação de camiseta e calcinha, perdi-me inúmeras vezes em jogos de sedução feminina quando me provocavam e me faziam imaginar que estavam vestidas assim.

A bunda dela, magra, com nádegas de curvas sutis, engole a calcinha. O tecido leve e transparente revela a pele branca coberta. Ela lava, cozinha e seus quadris lembram os movimentos da noite, os modos como ela foi me trazendo para dentro dela, me engolindo. Gata feroz, penso...não, seu jeito não é rude, selvagem. Senti-a ronronar enquanto meu peito deslizava pelas suas costas, corpos lado a lado na cama, ela apertando minha bunda e trazendo com sua mão meus quadris para próximos de si, para que se encaixasse no meu corpo, meu pau obediente iniciando mais um acasalamento na noite.

Deve ser mesmo este o mistério das felinas. Ferozes, nos envolvem com um encantamento que nos tira as forças. Aos poucos vamos nos entregando aos desejos que elas semeiam por todo nosso corpo. Ai... ao pensar assim, recordo-me de como sua língua percorreu meu corpo, mexeu com minhas intimidades, invadiu segredos, dominou-me com este deslizar úmido e penetrante.

Não há muito tempo para perder-me em lembranças, pois a ver assim, agora, com sua camiseta branca levemente molhada e delineando os peitinhos miúdos, faz com que eu me aproxime. Começo a sentir seu cheiro lembrando-me o suor da véspera. Ouço o sussurro de um cantarolar no movimento da respiração que me faz desejar novamente mergulhar-me em seu hálito. Meu corpo toca o seu, ela reage como se sentisse surpresa com meu pau encostando em sua bunda. Abraço-lhe e seguro suas mãos molhadas de água e sabão. Ela vira o rosto para falar algo, mas as palavras são engolidas pela minha boca. Um contato assim, tão intenso, parece um princípio de gozo, mais um.

Estamos presos a um tempo ansioso, diminuto: rapidamente arremesso nossas roupas para um canto da cozinha e vou em busca desses peitos mínimos, pujantes, os bicos saltando em minha direção. Mamo minha gata de pé como se fosse ao mesmo tempo seu macho e seu filhote, ambos atrás do alimento que nos saciará por alguns momentos. Sinto suas garras afiadas nas minhas costas... uhhh, com o reflexo da dor, avanço meus quadris e meu pau desliza por seus pelos pubianos fartos, aninha-se na sua buceta. Que prazer sem medida é sentir seu sexo molhado lambuzar meu membro! Penetro, mas sou subjugado. Macho, sou fêmea que entrega seu prazer para o deleite da minha amada, nossos gozos se derramam pelos nossos sexos, pernas, gotas molhando o chão. 


Toraji Ishikawa


Esse texto é uma colaboração minha (Parte I) com um amigo-escritor, Rafael dos Santos (Parte II).

domingo, 27 de março de 2016

Nunca mais ouvi Taylor Swift de manhã

Quando comecei a falar sobre você, achei que de alguma forma desvendaria todas as narrativas que escrevi sobre nós dois e que, deliberadamente, escondi em várias gavetas da memória. Achei que poderia reunir, em um lugar só, cada diálogo, cada lembrança, cada expressão sua.

Mais do que seguir o conselho que sempre dou ao Carlos, de não lembrar só das partes boas, no fundo, o que eu esperava era encontrar a prova irrefutável de que não havia nada para lembrar. O que descobri, no entanto, foi que você virou uma história sem periodicidade, que aparece no meu passado e continua reaparecendo no futuro. Sinto que o despi de toda individualidade. E que talvez não tenha sobrado nada seu no você que eu conto aqui. Desculpa?

Outro dia, estava lendo um livro da Nora Ephron e achei a seguinte passagem:
Ele me ensinou a cozinhar cogumelos e que se você aquecer bem a manteiga e colocar apenas alguns cogumelos na frigideira, eles ficam gostosos e marrons e crocantes, enquanto que se a manteiga estiver apenas moderadamente quente e você encher a frigideira de cogumelos, eles ficarão murchos e úmidos. Toda vez que preparo cogumelos, penso nele. Houve outro homem na minha vida, quando eu era mais jovem, que me ensinou a colocar coalhada nos ovos mexidos, e já que eu jamais coloquei coalhada nos meus ovos mexidos, eu nunca penso nele.

Fiquei rindo na cama e lembrei do dia em que mandei uma mensagem para o João. Eu dizia que, toda vez que olhava o emoji de coelho, me lembrava dele. Automaticamente, percebi que não costumava usar muito esse emoji. Apesar de amá-lo, gostava de usá-lo somente em ocasiões especiais, pois algo dentro de mim sabia que me traria lembranças.

No mesmo momento, pensei em você. Mas você não tem um emoji. Você tem toda uma playlist de música pop. A culpa não é minha de ter que voltar aqui para falar sobre isso mais uma vez, sabe? A culpa é desse sucesso que a Taylor Swift ainda faz.

Depois que você parou de me procurar, tive que escolher uma nova música para as minhas manhãs. E a cada nova pessoa que me aparece, mais músicas tenho que descobrir. Talvez, o que me deixe mais triste não seja exatamente não conseguir ouvir Blank Space ao acordar. E, sim, lembrar-me do que sentia quando a ouvia durante todas aquelas manhãs em que me senti apaixonada por você.

Talvez o que me deixe triste mesmo seja não poder mais ter a ilusão de que uma música do Justin Bieber me faria contar as horas para sair do trabalho e me jogar nos braços do rapaz que eu conheci no carnaval.

– O que aconteceu com aquele cara que você tava saindo? — Fernanda me perguntou quando nos encontramos no último fim de semana.

– Ah, não te falei dele, né? — Fitei a mesa de plástico do bar com cara de cansada e fiquei me perguntando se valia a pena repetir esse tipo de história  — Mas já era.

Sabe, o triste é saber que a lembrança do sentimento se cola nas coisas. Mas eu, bom, eu ainda me sinto desgarrada de tudo.

As portas do elevador se abrem e eu dou um último sorriso para ele. A gente se fala! Entro no elevador e me olho no espelho. Não sei o que tem nos espelhos de elevador. Sempre me pergunto se é a iluminação. Mas, hoje, eu sei que é cansaço e uma desesperança que só aumenta. Enquanto os números no letreiro luminoso vão diminuindo, fico apalpando, no bolso, todos os brincos que deixei cair na cama e que ele acaba de me devolver. Essa pele tá horrível, me censuro e fico pensando no quanto devo parecer patética com tantos cravos no nariz.


Fonte: Jenny Yu

domingo, 13 de março de 2016

O final que faltava

Finalmente decido abrir a última caixa com as coisas que trouxe comigo. Não espero encontrar você, não espero encontrar ninguém. Não espero nada demais. Para ser bem sincera, só abro a caixa porque preciso de um instalador que pode estar perdido entre as fotos que não tive coragem de descartar e os papéis que um dia podem voltar a ser importantes.

Vou retirando a proteção tosca que improvisei para os livros, quando escuto os primeiros cliques dos estilhaços de vidro. 

Ele entra no meu quarto e para de frente para o quadro. Lê ou observa, não sei.

Fico constrangida, mas não sei se devo interromper. Me arrependo de ter escrito aquelas linhas e ter transformado em quadro. É só uma poesia boba e brega, em uma colagem de mau gosto, da qual eu muito me orgulhava até aquele momento.

Ele se vira para mim.

– Onde eu posso deixar meu casaco?
– Onde posso te beijar?

Vou retirando os livros com cuidado para não enfiar o dedo em algum caco de vidro ou para não pressionar algum papel contra a superfície perfurante. Me revezo entre glorificar a genialidade de transportar um objeto frágil com mais de 15 kg em livros e pensar que esse era o final que faltava.

Você entra no meu quarto e senta na minha cama. Não repara no quadro pendurado em meio ao mar de branco das minhas paredes. E, quando penso nisso, ao mesmo tempo em que constato que já cortei o dedo, imagino que comentário idiota você teria feito.

"São Paulo quer me ver pelada", você leria e levantaria a sua sobrancelha esquerda como quem diz: sério?

Ele senta na minha cama e, com o olhar, vasculha todo o meu quarto. Olha os post it que escrevi para te superar. Agora sim, quero morrer. E prometo, mentalmente, nunca mais escrever nada nas paredes. Ele ri das mensagens motivacionais fitness, dá de ombros para algumas mensagens mais nerds, mas parece gostar de tudo e ignorar a mensagem que eu escrevi para você: junte os seus pedaços no lugar.

Estou juntando os pedaços. É só o que tenho feito nos últimos meses. Estou juntando tudo. Tanto que nem sei se todos vêm do mesmo lugar. Mas a frase está errada. Não há um lugar certo para eles. Junto todos os cacos na caixa de papelão e varro o caminho para que ninguém mais se corte.

Ele me diz que tem uma frase para a minha parede, que vem de uma música. Então canta para mim que...

Tudo é uma questão de manter
A mente quieta
A espinha ereta 
E o coração tranquilo.

Digo que vou anotar e aproveito para rasgar o post it que me diz para lembrar das partes ruins. Onde anotei que você fazia piada dos meus textos e demorava para juntar os cabelos do ralo do chuveiro.

Retiro o quadro quebrado da caixa e fico encarando a superfície danificada. Não consigo deixar de achar bonito. É bonito que as coisas se acabem assim. Que você e ele e o João e São Paulo tenham feito isso comigo. Me acho boba por ter tentado carregar algo, ter tido o trabalho de despachar, de acertar o endereço, mas não ter tido o cuidado de proteger, de resguardar.

Encaro os rasgos, amassados e os versos cada dia mais bregas. Sou eu! E não haveria um final mais perfeito para nós. Minto, é um final perfeito para mim. Nessa história sobre os meus sentimentos. Sobre os sentimentos que eles me fizeram sentir. Mas que senti só.

Prefiro que acabe com um quadro estilhaçado. Que com uma mensagem que não vem. Ou um booty call futuro. Ou um último like em alguma foto de perfil. Prefiro que acabe com essa superfície danificada que com:

Tá.


Ou um emoji qualquer.


Jenny Yu

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