domingo, 9 de dezembro de 2012

Eu, Florentino



Eu posso me imaginar com 60 anos. Uma velhinha estilo Florentino Ariza: esperta, experiente e com uma teimosia constante. Aliás, quando leio O amor nos tempos do cólera, não consigo deixar de acreditar que nasci para ter uma ideia fixa.

E se fosse você? Se você fosse a meta e o destino de toda a minha vida? Talvez eu parasse de chamar teu nome bem baixinho para dizer que agora eu estou bem e não tenho mais nada com que me preocupar na minha vida. 

Talvez eu calasse a cara que faço quando penso que tenho que te esquecer e em como isso é difícil. Talvez eu não tenha nascido para padecer de amor, não agora. 

Queria apenas ter a convicção de que não seria em vão. De que meu destino é te esperar, dois, oito ou quarenta anos. Assim, eu viveria todos outros amores sem o peso da infidelidade. Me entregaria como quem procura um carinho temporário e lembranças de amores eternos. Não esperaria mais o amor na esquina. Apenas aceitaria a paixão dos que cruzassem meu caminho. E, ao fim de cada noite, deitaria com a minha última visão da tua face e com o gosto do teu nome.

A espera não me inquietaria mesmo que a velhice fosse rigorosa com meus anos. Eu manteria o único propósito de ter a vida pronta para ti.

Eu queria mais do que tudo que você fosse a minha ideia fixa. Eu queria que o agora não fosse o fim. Mas o intervalo. Queria que García Márquez já tivesse imaginado como seria o dia em que seria apenas eu e você.

Um comentário:

Anônimo disse...

queria poder curtir como no face, mas apenas cliquei em meu pensamento um "curtir muito" rs.

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