Olhei pra ele deitado de cueca com uma compressa de gelo
amarrada ao joelho. Estava comentando alguma banalidade qualquer, dessas que
preenchem as conversas de bar das 21h às 5h da manhã. No início prestava
atenção em tudo, mas depois minha cabeça começou a divagar pelo quarto
salpicado por roupas jogadas no chão. Prova da nossa empolgação a menos de uma
hora atrás. Estava sentada na cama, com sua cabeça apoiada na minha perna
quando a imagem da confissão que ele me fizera começou a vir insistentemente à
minha cabeça.
Era o meu cara, mas estava vestido na minha miragem. Uma
camisa vermelha de mangas sem estampa, uma calça jeans simples beirando ao
cáqui e, nos pés, um par de botas. Um cinto grosso marcando o ponto onde a
camisa entrava e também o começo da elevação na calça que indicava que eu não
estaria mal servida. Um chapéu de bombeiro. Mas isso não era tudo. O meu
bombeiro de corpo enxuto e sem exageros, que possuía o sorriso mais largo do
mundo, segurava em uma das mãos uma garrafa de vidro repleta de leite. A
miragem dava um sorriso enviesado, daqueles que acompanham um olhar sugestivo e
uma sobrancelha levantada, enquanto abria a garrafa. Tirou a tampa de qualquer
jeito, isso realmente não importava. E levou a garrafa à boca. Começou a beber
meio timidamente, mas logo em seguida, inclinou a garrafa e fez os primeiros
filetes de leite escorrer pela sua barba, chegar ao pescoço e alcançar a
camisa vermelha. Parou de beber um pouco, com o bigode verdadeiro e o de leite
transformados em um só, e verificou a minha reação enquanto lambia os lábios de
forma instintiva.
Nessa cena imaginária, eu tomava o lugar da garota que teria
presenciado a história e conseguia imaginar exatamente o que ela tinha sentido.
Parecia bizarro, mas até que você daria um bom bombeiro besuntado de leite.
Mordi o lábio, como sempre fazia na rua ao pensar em você e na sua língua. Te
olhei ainda deitado na cama, limpinho e quis te banhar de leite e depois de
saliva. Mas talvez fosse melhor esperar que você me banhasse, mas não de leite,
pois odeio esse trocadilho, de porra mesmo. Voltei para a conversa e, quando
percebi, o gelo estava no chão e eu já estava me vestindo para ir embora. Então
você me segurou pelo pulsou e me fez voltar pra cama. Não reagi, apenas segui o
comando. Esperei o seu beijo chegar, junto com o seu corpo que se inclinava
sobre o meu, mas o que senti foi uma sensação estranha no meio da perna. Dor e
prazer. Dei um gemido de susto, mas logo em seguida sorri ao perceber que se
tratava do seu joelho gelado posicionado na minha virilha. Você me deitou e
continuou passeando com o joelho entre as minhas pernas.
A cada toque frio, o calor crescia dentro de mim, como se o
gelo derretesse já como água fervida. “hum... – agradeci – gelo... dá pra fazer
muita coisa com gelo...” – sugeri enquanto te puxava pra mais perto de mim e o
meu corpo implorava para que me fodesse mais uma vez. Mas o meu bombeiro apenas
sorria ao perceber meus pensamentos. Você sabia que com pouco esforço poderia
me acender quantas vezes quisesse. Mas se divertia a me ver tentar retrair a perna
ao toque gelado e ao mesmo tempo tentar me entregar àquilo. Você não conseguia
mais se desfazer do sorriso de safado. Aliás, você devia vestir ele junto com a
camiseta vermelha. Era o seu sorriso de vitória. E eu adorava quando você
estava ganhando, querido.
_
Desculpem o post inesperado. Tirei o dia para fazer limpeza digital e achei alguns textos antigos escondidos. Como prevejo muitas mudanças para o blog, decidi postar alguns logo para não refogar produção. Esse foi o meu primeiro conto erótico! E eu queria compartilhar com vocês mesmo morrendo de vergonha. Tesão é brega mesmo, gente.
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